segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Discussões

Para quem ainda não nos conhece, somos um grupo formado por diversos profissionais da área da saúde e também administrativa do Hospital Heliópolis. O desejo de discutir sobre a questão de qualidade de vida e o nosso papel diante disso para os nossos pacientes, fez com que formássemos o Grupo de Cuidados Paliativos.
Fazemos semanalmente reuniões para as discussões de casos e de questões burocráticas. Porém há aproximadamente duas semanas, um dos membros, Dr. Marcos Brasilino, levantou a questão sobre como agimos e enfrentamos a morte de forma pessoal.
Uma série de perguntas foram destinadas a profissionais que ali estavam e que nos deixou, por todo este período, pensando sobre como ajudar alguém que está frente a morte ou seus familiares se muitas vezes não sabemos como reagir se isso acontecer conosco.
Será que estamos realmente preparados para morrer? O que é morrer para cada um de nós?
Essas discussões tem sido muito enriquecedoras para o grupo, pois tenho certeza, e agora falo de maneira pessoal, que cada um levou para casa parte do que nossos pacientes e seus familiares sentem. E é assim que vamos crescendo juntos...
Venha fazer parte dessa discussão. Você também pode contribuir e crescer com este grupo!!!
Por Fabíola Rocha Tristão
Sugestão dada por Dra. Judith: "Saber Envelhecer", Cícero.
Segundo o site Travessa.com.br, neste límpido e célebre texto sobre a velhice, Cícero desenvolve a tese de que a "arte de envelhecer" é encontrar o prazer que todas as idades proporcionam, pois todas tem as suas virtudes.

3 comentários:

  1. Querida Fabíola
    Gostei muito do modo que vc introduziu o tema e chama as pessoas para o debate.Espero que consigamos, através da troca de opiniões, chegar perto de uma condição consensual que possa ser útil individualmente e para o grupo.

    Marcos Brasilino

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  2. Obrigada Dr. Brasilino.
    Espero que tenhamos muitas dessas discussões, pois tenho crescido muito como profissional e pessoa.

    Abraços

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  3. Fabíola, boa noite!
    No seu texto você provoca com a pergunta: "será que estamos realmente preparados para morrer?"
    Eu tento responder para você:_ Tomara que ninguém entre nós esteja! Não precisamos estar preparados senão na nossa hora de embarcar na nau que nos levará para a eternidade. Enquanto isto, vamos nos perguntar se estamos prontos para viver mais um dia, amanhã. Nós que lidamos e convivemos com quem vai morrer muito brevemente, devemos fazer o exercício diário de trazer, para o plano do consciente, que estamos vivos. Se colocássemos muita atenção em tudo que fazemos automaticamente chegaríamos ao final do dia exaustos. Comemos automaticamente, respiramos automaticamente, caminhamos automaticamente, mas temos capacidade de estalar a língua ao nos servirmos de um bom vinho; de inspirar profundamente quando atravessamos uma nuvem invisível de perfume do jasminzeiro; de diminuir nossa marcha da loja de discos extravasa um som que deve ser de Mozart. Vamos fazer isto: conscientizarmo-nos que temos ainda muito a fazer, a conhecer, a conquistar e que amanhã, daremos mais um passinho nesta direção. E então, quando na fila do embarque for chamado nosso nome, iremos não sem tristeza, porque toda partida tem a sua natural melancolia, mas iremos orgulhosos da vida que vivemos.
    Beijos
    Marcos Brasilino

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