O Grupo de Cuidados Paliativos do Hospital Heliópolis é constituído por uma equipe multidisciplinar e interdisciplinar formada por assistente social, enfermeiro, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, médico, nutricionista, psicólogo, terapeuta ocupacional e por uma representante da Comissão de Humanização. O inicio das atividades se deu a partir da adesão espontânea destes profissionais com domínio de diversificadas áreas de competência, mas todos motivados a realizar além de suas obrigações para buscar alívio dos sintomas, qualidade de vida e uma existência digna para pacientes portadores de doenças graves e em uma fase em que não são mais candidatos a qualquer tentativa de tratamento curativo.
A base da nossa atuação é a intenção de compartilhamento de experiências no interior do grupo e, como tal, compartilhar com o paciente e seus familiares a nossa crença de que sempre haverá alguma coisa de bom a ser feita.
Por Dr. Marcos Brasilino de Carvalho
Em breve todos os profissionais serão apresentados. Aguardem!
Muito bom Fabíola, parabéns! Vamos agora divulgar para que todos possam contribuir para o crescimento do grupo e para o benefício dos pacientes
ResponderExcluirum abraço
Marcos
Sugiro que se mande uma mensagem a todos do HH que conheçamos o endereço eletrônico convidando a participar do blog (ou talvez devêssemos esperar um pouco mais até que estivéssemos mais consolidados). O que vcs acham?
ResponderExcluirMarcos Brasilino
Excenlente Fabíola!!!!!! Espero contribuir, colaborar muito com esse grupo.
ResponderExcluirAbraços
Roseli
Dr. Brasilino, talvez seja melhor estarmos mais consolidados.
ResponderExcluirum abraço
Roseli
Queridos amigos.
ResponderExcluirRetomando o tema da busca do compartilhamento como parte da estratégia para aliviar o sofrimento, um relato da antiguidade pode ser encontrado num dos Sermões de Manoel Bernardes (Nova Fronteira – Tomo I), “Consolação”, onde é lembrado que Alexandre III (356 a.C. – 323 a.C.), após vencer Dario na guerra pela conquista da Pérsia, encontrou vários homens que estavam mutilados por terem tido seus narizes e lábios amputados. Compadecido deles, Alexandre lhes ofereceu a oportunidade de retornarem aos seus países, mas estes preferiram ficar juntos e compartilhar o sofrimento de suas mutilações. Manoel Bernardes pontua que “a sociedade nos trabalhos aligeira o peso deles, como a singularidade os agrava”.
Se um grupo de cuidados paliativos coloca como meta central o alívio do sofrimento, compartilhar está ao alcance de todos. Basta ter tempo para ouvir e qualquer um está capacitado para colaborar em um grupo de cuidados paliativos. Entretanto, é preciso exercitar conscientemente este propósito por que é também da natureza humana resguardar-se dos menores riscos de sofrimento e apenas o exercício vai mostrar a peculiaridade incrível deste verbo; quando se compartilha o sofrimento, este se divide e fica mais leve para todos e, quando o que você compartilha é a felicidade, esta se multiplica e fica muito maior do que quando gozada solitariamente. Em resumo, meus amigos, é um grande privilégio termos nascido gente, mas é também uma grande responsabilidade.
Um abraço grande e bom fim de semana
Marcos Brasilino
PS. Segue abaixo o Sermão do Padre Manuel Bernardes (1644-1710). Gostaria de sugerir a vocês que no nosso blog houvesse um acervo com textos organizados segundo o teor: acervo literário (crônicas, poesias, etc), acervo de textos técnicos (sobre dor, depressão, constipação, fadiga, etc ), religiosos (multireligioso) que possa ajudar na nossa capacitação técnica e pessoal nesta nossa nova empreitada.
Consolação
ResponderExcluirQuerendo Solon, filósofo ateniense, consolar a um amigo seu, oprimido de veemente tristeza, o levou a uma torre eminente, donde se descortinava toda a cidade, e lhe disse:
"Considerai, amigo, quantos prantos, lutos, aflições, desgraças e trabalhos estiveram já e atualmente estão debaixo destes telhados, e estarão sucessivamente pelos tempos vindouros, sem haver dia vago em que a morte, ou infortúnio, não andem visitando já esta, já aquela casa. Pelo que, não sendo só vós quem padece, acomodai-vos à condição dos outros mortais”.
A sociedade nos trabalhos aligeira o peso deles, como a singularidade os agrava. Ao grande Alexandre, já vencedor de Dario, caminhando para Persepolis, saíram ao encontro quase oitocentos homens, os mais deles velhos, aos quais os antepassados reis da Pérsia tinham torpemente mutilado os narizes e lábios. Alexandre, compadecido da sua afronta e miséria, lhes ofereceu salvo conduto para suas pátrias. Porém eles deliberaram ficar antes juntos na terra onde viviam, porque deste modo se não podiam rir uns dos outros.
Todos os filhos de Adão padecemos nossas mutilações e fealdades, uns na honra, outros na saúde, outros na fazenda, outros na ciência, outros na limpeza do sangue, outros em outras cousas; e acomodemos-nos a viver juntos, porque ninguém tem que rir do seu próximo.
Quem quiser saber quantos são ao todo os filhos de Adão, conte primeiro quantos são os aflitos e atribulados; porque nenhum que participasse da sua natureza, ficou isento de herdar suas misérias, e assim tantos consoladores achará nestas, quantos irmãos tem naquela.
Artaxerxes, rei, sentiu com tal extremo a morte de um seu amigo que pretendeu ressuscitá-lo e, ouvindo os retumbantes ecos de fama da grande ciência de Democrito, o chamou a si desde Ionia.
- Dificultosa cousa pedes, ó rei, disse o filósofo afetando sisudeza e dissimulando a impossibilidade; porém, se fizeres o que eu te disser, confio, poderei obrar o que me mandas.
Prometeu o rei tudo, assinando em branco, e parecendo-lhe que já via o seu desejado amigo saltar da sepultura.
- Eia, disse Democrito, escrevam-se no tumulo do defunto os nomes de trinta homens que chegassem aos vinte anos de sua idade sem padecer queixa alguma, nem no corpo, nem na alma, e logo ressuscitará.
Mandou o rei fazer logo a diligencia; porém até o fim do mundo poderia continuar-se sem efeito; porque de semelhantes privilégios não ha um só, quanto mais trinta. E, se ainda antes de nascermos já todos somos miseráveis, qual será o que no encerramento das suas contas não lhe passe a despesa do que padece pela receita do que vive?
No mundo todo não mais que três classes de homens: uns inocentes; outros pecadores, mas já arrependidos; e outros pecadores, mas ainda obstinados. E para que todos soubessem que haviam de ter cruz, três cruzes se arvoraram no monte Calvário; uma para Cristo, e esta toca aos inocentes, outra para Dimas, e toca aos arrependidos; outra para Gestas, e toca aos obstinados.
(Manoel Bernardes, - Nova Floresta- tomo I.)
Manoel Bernardes (Lisboa, 1644-1710)
Queridos amigos
ResponderExcluirO livro PALLIATIVE CARE TOOLKIT (Vicky Lavy, Charlie Bond and Ruth Wooldridge) pode ser baixado gratuitamente o consultado na internet no endereço abaixo:
http://tinyurl.com/ptpwl8
Um abraço
Marcos Brasilino
Prezados amigos
ResponderExcluirA Dra. Ana Cláudia é médica geriatra dedicada aos cuidados paliativos. Ela nos enviou esta mensagem e autorizou a divulgação no nosso Blog.
Marcos Brasilino
Caros amigos,
Todos nós sabemos o quanto se torna importante a boa prática de Cuidados Paliativos no nosso país. No entanto, por conta do volume de trabalho que nos ocupa, deixamos de registrar nossas iniciativas nos sites de referência nacionais e internacionais de Cuidados Paliativos.
Peço então a todos vocês, que trabalham, coordenam, fundaram ou conhecem serviços de cuidados paliativos de qualidade, que registrem estes serviços no site da IAHPC - http://www.hospicecare.com/yp/index.php?cat=8&subcat=85 .
Sugiro que atualizem também seus dados perante as entidades brasileiras de cuidados paliativos:
Associação Brasileira de Cuidados Paliativos http://www.cuidadospaliativos.com.br/inicio.php
Academia Nacional de Cuidados Paliativos http://www.paliativo.org.br/
e também no site da Associação Latino Americana de Cuidados Paliativos através do email: alcp.administracion@gmail.com
Precisamos nos conhecer e nos fazer conhecidos pelo excelente trabalho de Cuidados Paliativos que temos desenvolvido no Brasil. Em novembro, teremos o I Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos da Casa do Cuidar aqui em São Paulo, confirmando nosso empenho em conciliar e agregar o trabalho brasileiro de excelência em Cuidados Paliativos. Em breve enviarei o link para o site do Congresso. Não deixem de participar, pois será uma oportunidade muito boa de compartilharmos nossos sucessos e desafios do dia a dia e do futuro de Cuidados Paliativos no Brasil!
Conto com apoio de todos!
um abraço,
Ana Claudia Arantes
Caros amigos
ResponderExcluirO INCA, Instituto Nacional do Câncer, acaba de lançar um livro sobre indicadores de cuidados paliativos. Este livro pode ser acessado gratuitamente pela internet no endereço:
http://www.inca.gov.br/inca/Arquivos/HcIV/IndicadoresHCIV_2009.pdf
Um abraço a todos
Marcos Brasilino